sábado, 16 de novembro de 2013

PROCLAMAÇÃO DA JUSTIÇA



Estou pensando no que todo brasileiro sabe: 
A República (do latim res publica, "coisa pública") é uma forma de governo na qual o Chefe de Estado é eleito pelo povo exercendo um mandato de quatro anos podendo ser reeleito através de nova eleição por voto secreto e obrigatório. Isto aqui no Brasil. No mesmo Brasil que, após, Proclamada da República em (15/11/1889), foi eleito o primeiro presidente Mal. Deodoro da Fonseca, defensor da monarquia. O próprio Hino da República foi rejeitado e estrofes como: " Seja um hino de glória que fale, de esperança, de um novo porvir! Com visões de triunfos embale, quem por ele lutando surgir! ... Somos todos iguais! Ao futuro. Saberemos, unidos, levar nosso augusto estandarte que, puro, brilha, ovante, (vitorioso) da Pátria no altar!... Mensageiros de paz, paz queremos é de amor nossa força e poder".

O hino foi sucumbido e mantido o nosso Hino Nacional, por sinal um dos mais belos do mundo em melodia e letra. O que mais me preocupa, como uma imprecação, é que o Gigante continue "deitado eternamente" adormecido e entorpecido.
Lembro-me de um louco numa praça que repetia sem cessar: "Não entendo, não entendo, não entendo...". 


Nós brasileiros continuamos sem entender nada. por exemplo: Se a coisa é pública - subtende-se que é do povo. O brasileiro elege o Chefe de Estado e não tem o direito de ser recebido, em sua própria CASA, para discutir as situações desvantajosas que infligem desrespeitosamente, os direitos trabalhistas e patrióticos. As classes sociais, não ouvidas, são obrigadas a partir para greve, e, recebidas por uma polícia despreparada que parte para os trabalhadores com espancamento, agressões físicas, humilhações, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Nem se dão conta da própria remuneração de fome que recebem, do contrário, se uniriam aos grevistas. Cumprem a voz de comando esquecidos que os trabalhadores representam o povo que constrói este País. Se os grevistas não conseguem audiência com os senhores feudais dos Municípios, imagine do Estado e da própria Presidência! 

Voltando a "Nossa Casa": Em apenas - cento e vinte quatro anos - de República sofremos vários golpes: O primeiro derrubou o então presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impedindo a posse do presidente eleito Júlio Prestes. O segundo, em 1937.  Com o apoio de militares, Getúlio Vargas suspende eleições e permanece na Presidência. Em 31 de março de 1964 o Golpe Militar dominou o País deixando para trás a República Populista. Nos porões da ditadura militar houve tortura, assassinato de jovens e ativistas deixando pais chorando a morte de seus filhos e sem o direito legítimo de enterrar seus corpos. A nossa Bandeira foi desrespeitosamente ultrajada e sangrada servindo mais uma vez: “A um povo de mortalha”. 

Finalmente em 1985, como bem definiu o professor, Florestan Fernandes, “a Nova República nasceu de um parto da ditadura”. Foi o que aconteceu.
 

Mas exatamente hoje, 15/11/2013, para orgulho de toda a nação, foi aclamada a República da HONESTIDADE e JUSTIÇA. Esta não descrimina pobres e ricos mostrando que a Lei é implacável e para todos. Aconteceu com o mensalão - o julgamento  mais importante da história do STF.

A nossa eterna gratidão aos destemidos heróis brasileiros: Ministro CARLOS AYRES BRITTO e ao atual presidente do STJ - Ministro JOAQUIM BARBOSA e a toda equipe de jurados que através da "justa justiça" devolvem aos brasileiros a certeza que agora sim, temos um Brasil passado a limpo e a história de uma NOVA REPÚBLICA.

Hoje, o Brasil canta a todo pulmão:
" Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!"