Estou pensando em 25 de dezembro de 2014, quando vivi ao lado
da minha tia Helena, um dos momentos mais emocionantes da minha vida, sem saber
que seria o último.
Tia Heleninha era a caçula de
doze irmãos. Interessante que eles se comparavam a uma dúzia de bananas, e
quando, por doença ou idade avançada um partia, eles tristemente murmuravam: menos uma banana no cacho. Apelidei-a de minha “Bananinha
Nanica”, por ser a menorzinha da turma.
Nasceram todos no município
de Brejões- Bahia, numa fazenda intitulada “O Vencedor”. Eu acredito que, por influência do nome, todos
venceram na vida com suor e muita garra.
Espalharam-se por toda a Bahia. Como as cinco irmãs não se casaram, os irmãos as
assumiram abrindo comércio e comprando casas para aquelas que desejavam ter a sua
própria.
Tia Helena,
morando em Ilhéus e sendo a mais estudiosa e independente, arregaçou as mangas, formou-se em sociologia, trabalhou no INSS e comprou a sua casa.
Um grande amigo
e professor, Major Paulo, respeitado por toda Ilhéus, ofereceu-se e assinou o
financiamento da mesma.
Helena, como um rouxinol, cantava maviosamente bem e
arrasava nas italianas. Era letrada e possuia uma vasta biblioteca. Era fã dos cantores de rádio e, em visita ao Rio, colheu autógrafos de muitos. Possui cadernos aonde guarda relíquias de cartas, fotos e dedicatórias de muitos.
Tempos mais
tarde, Prof. Paulo pediu a Lena para hospedar um dos seus filhos, até que ele
refizesse a sua vida. Ricardo ficou com
Lena, (assim, carinhosamente a chamava) e nunca mais a deixou. Criaram raízes
fortes de mãe e filho. Mais tarde vieram os netos e o lar cresceu em alegria.
Ricardo foi
mais que muitos filhos e cuidou de Lena até o último suspiro.
A ele dedico
estas palavras, em nome de toda a família, em agradecimento por todo amor,
cuidado, zelo e presença constante ao lado de nossa saudosa e querida tia, até o
seu último suspiro.
Deus te abençoe
grandemente, sobrinho e primo querido.
Rio, 07/04/2015. Jailda Galvão Aires