terça-feira, 7 de abril de 2015

ADEUS A HELENA (tia Helena)


Estou pensando em 25 de dezembro de 2014, quando vivi ao lado da minha tia Helena, um dos momentos mais emocionantes da minha vida, sem saber que seria o último.
Tia Heleninha era a caçula de doze irmãos. Interessante que eles se comparavam a uma dúzia de bananas, e quando, por doença ou idade avançada um partia, eles tristemente murmuravam: menos uma banana no cacho. Apelidei-a de minha “Bananinha Nanica”, por ser a menorzinha da turma.
Nasceram todos no município de Brejões- Bahia, numa fazenda intitulada “O Vencedor”.  Eu acredito que, por influência do nome, todos venceram na vida com suor e muita garra.
Espalharam-se por toda a Bahia. Como as cinco irmãs não se casaram, os irmãos as assumiram abrindo comércio e comprando casas para aquelas que desejavam ter a sua própria. 

Tia Helena, morando em Ilhéus e sendo a mais estudiosa e independente, arregaçou as mangas, formou-se em sociologia, trabalhou no INSS e comprou a sua casa.

Um grande amigo e professor, Major Paulo, respeitado por toda Ilhéus, ofereceu-se e assinou o financiamento da mesma.
Helena, como um rouxinol, cantava maviosamente bem e arrasava nas  italianas. Era letrada e possuia uma vasta biblioteca. Era fã dos cantores de rádio e, em visita ao Rio, colheu autógrafos de muitos. Possui cadernos aonde guarda relíquias de cartas, fotos e dedicatórias de muitos.
Tempos mais tarde, Prof. Paulo pediu a Lena para hospedar um dos seus filhos, até que ele refizesse a sua vida.  Ricardo ficou com Lena, (assim, carinhosamente a chamava) e nunca mais a deixou. Criaram raízes fortes de mãe e filho.   Mais tarde vieram os netos e o lar cresceu em alegria.

Ricardo foi mais que muitos filhos e cuidou de Lena até o último suspiro.

A ele dedico estas palavras, em nome de toda a família, em agradecimento por todo amor, cuidado, zelo e presença constante ao lado de nossa saudosa e querida tia, até o seu último suspiro.

Deus te abençoe grandemente, sobrinho e primo querido.
                                   Rio, 07/04/2015. Jailda Galvão Aires