Castro Alves, parece descrever o Brasil de hoje num pequeno trecho do poema intitulado Navios Negreiros composto há 136 anos atrás. Vemos que as mazelas multiplicaram e que a escravidão proliferou. Hoje somos todos escravos da fome, do medo, da corrupção, da injustiça, da falta de governo. Nosso dinheiro foi desviado das contas públicas para contas particulares. Pagamos altos impostos e morremos nas portas dos hospitais sem leitos e sem medicamentos. Nossas crianças sem escolas tornam-se reféns do tráfico que campeia a larga. A falta de honestidade e comprometimento dos nossos dirigentes levou o Brasil à banca rota. O vírus da corrupção e da desonra dizimou milhares de oportunidades e de crescimento. O desemprego cresce a cada dia e a desesperança escraviza a alma. Passageiros de um navio sem rumo e sem piloto, balançamos a deriva no negro mar da maior corrupção de todos os tempos.
A seguir Olavo
Bilac no poema A Pátria, dirige-se inteiramente às crianças chamando a
atenção para a beleza e a riqueza do nosso imenso Brasil. Esquece o
homem vil e põe toda fé e esperança nos brasileirinhos únicos capazes de
consertar o estrago feito por homens que teriam por dever e obrigação
deixar para as gerações futuras um Brasil forte - exemplo para todas as
nações.
Castro Alves -Navios Negreiros- parte.
Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…
A Pátria – Olavo Bilac (1865)
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!”
“A Pátria - Olavo Bilac”
Por Jailda Galvão Aires em 21/03/2017
Castro Alves -Navios Negreiros- parte.
Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto!…
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…
A Pátria – Olavo Bilac (1865)
Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!”
“A Pátria - Olavo Bilac”
Por Jailda Galvão Aires em 21/03/2017