segunda-feira, 20 de agosto de 2018

MACULOPATIA OCULAR - CUIDE-SE!


Em abril de 2017, comecei a notar que o meu olho direito estava enxergando bem menos que o direito. A perda foi muito rápida e acentuada uma vez que a hipermetropia era similar às duas visões (1.75º).
Parecia que meu olho direito tinha uma mancha ou uma sombra escura dificultando-me a leitura e o trabalho com o computador.
À princípio imaginei uma anormalidade no cérebro, mas, por desengargo de consciência procurei o meu oftalmologista, DR Dr. João Carlos de Carvalho.
Após um aguçado exame, veio à pergunta: - Alguém da sua família sofre ou teve MACULOPATIA?
Respondi: - Não, Dr. Tenho conhecimento de glaucoma, miopia, hipermetropia, astigmatismo... 
A pergunta me veio imediata: - Dr. O que é Maculopatia?
A explicação foi para o entendimento de um leigo como eu: 
- É o derramamento de alguns vasos sanguíneos que afeta a retina que por sua vez dificulta a leitura, reconhecer pessoas e etc. Não impede a visão periférica.  Tenha calma que a sua não é tão grave. Vou encaminhá-la a um especialista.
Lá fui apressadamente ao encontro do Dr. José Renato Campos Nogueira. 
A aparelhagem de última geração logo confirmou o diagnóstico.
Mais uma enxurrada de de perguntas:
-Dr. Renato, tem cura? Existe alguma causa além da hereditariedade que provoque o rompimento dos vasos?
- Não existe cura, mas, uma melhoria acentuada impedindo que novos vasos capilares se rompam. O tratamento é feito com injeções no local. O local era mesmo o olho. Meu corpo congelou só em imaginar uma agulha entrando no meu globo ocular.
Dr. Renato fez um outro teste:  Colocou à minha frente um desenho de quadrados agrupados. Fechei o olho esquerdo e olhei com o “maculopático” e as linhas retas ficaram sinuosas.        COMPARAR OS DESENHOS ABAIXO:
 




Fiz o "meu" teste em casa fechando o olho são. Percebi com o direito, que, as cores estavam desbotadas até mesmo as cores vivas e alegres da televisão.
Pingos de luzes aparecem e desaparecem. Às vezes manchas  negras e circulares também.

Bem amigos, explicações científicas pesquisei no google. 
E a notícia boa é que em 2020 novos aparelhos serão aprimorados com diagnósticos precisos advindo a cura total.                   A VISÃO DE UMA ÁRVORE:
O tratamento é feito em clínicas oftalmológicas, com vestes hospitalares, total assepsia e anestesia local com colírio e gel. É indolor embora não agradável.
Tomei 3 aplicações durante 3 meses seguidos. Voltaria para um novo exame 7 meses depois. Só o fiz após um ano. De um dia para o outro acordei com os mesmos sintomas e por falta de cuidados próprios voltarei para mais 3 seções.
A finalidade deste meu relato é apenas para chamar a atenção das pessoas que ainda desconhecem a maculopatia. Peço que, anualmente, façam imagens de fundo de olho, principalmente quem já atingiu a casa dos cinquenta anos.
Pode acontecer em jovens por outras razões: traumática, miópica, degenerativa, olhar diretamente para o sol ou eclipse sem proteção, diabetes, etc.
Muitos dos nossos antepassados morreram cegos em decorrência da Maculopatia que embora tenha sido descoberta no início do século passado em 1905, o tratamento só teve início a partir da década de 1990. 
Quanto mais cedo o tratamento, melhor o êxito. 
Agradeço a Deus, aos médicos e em especial ao meu marido, a minha família e amigos pelo apoio e presença. 
Amem-se e cuidem-se. A vida é bela e quão perfeita e maravilhosa é a criação Divina!

Rio, 20 de agosto de 2018.
Jailda Galvão Aires.

CURIOSIDADES:”No Brasil são estimados 100 mil novos casos da doença a cada ano. Atualmente, estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiros são acometidos por alguma forma da doença, que apresenta-se com duas manifestações: seca ou atrófica e úmida ou exudativa. 

O único tratamento disponível a partir da década de 90 era a fotocoagulação com raio laser que, apesar de na maioria dos casos causar uma piora inicial, tinha resultados melhores do que a evolução natural da doença. Desde essa época a UNIFESP sempre se empenhou no combate à doença e na elaboração de novos tratamentos, sendo precursora nessa área  de pesquisa no Brasil. Tanto que é responsável pela realização da primeira pesquisa com terapia fotodinâmica da América do Sul - onde o tratamento ainda é utilizado - e pelo desenvolvimento pioneiro de um novo tratamento denominado Fototrombose com indocianina verde.
Com o surgimento de novas propostas terapêuticas, o Instituto da Visão da UNIFESP tornou-se o centro de pesquisa que mais incluiu pacientes nos protocolos científicos realizados com utilização de injeções de anti-angiogênicos (substâncias que impendem o crescimento de vasos anormais na mácula), como o Retanne (Anecortave), Macugem (pegactanibe),Lucentis ( ranibizumabe) e Avastin ( Bevacizumabe), em mais de mil pacientes.
Com os novos tratamentos cerca de 40% dos pacientes apresentaram melhora relativa da visão central, ou seja, capacidade de detectar formas e cores, inclusive de letras e números. "Para coroar essa ação, recentemente o Instituto da Visão promoveu o XXXI Congresso de Oftalmologia, com a presença do maior especialista mundial sobre o tema, o  Dr. Philip J Rosenfeld, MD, PhD, Professor of Ophthalmology, Bascom Palmer Eye Institute, Miami, EUA, que apresentou os últimos avanços terapêuticos e discutiu vários casos complexos com os membros do Setor de Retina e Vítreo do Instituto da Visão", comenta o Prof. Michel Eid Farah, pesquisador da UNIFESP.

Apesar de nem sempre se conseguir a recuperação da visão, é possível controlar a evolução da doença na maioria dos casos. Exceções existem, principalmente quando os pacientes apresentam o problema há muito tempo, sem tratamento. Daí a importância do diagnóstico precoce, que possibilita melhor prognóstico...”
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