quarta-feira, 19 de setembro de 2018

UMA PÁTRIA DIVIDIDA É UMA PÁTRIA ENFRAQUECIDA


Confesso que, brasileira e nacionalista que sou, primando sempre, pelo respeito às divergências em todos os sentidos, amante da paz e do respeito as opiniões contrárias, encontro-me triste e temerosa com a política em nosso País. 
Quer no tête-à-tête ou nas redes sociais as ofensas com palavras agressivas, xingamentos desrespeitos se fazem presente entre jovens, idosos, amigos e até familiares.
Mesmo sem preparo político e cultural - mas por direito - deixei de opinar em face as grosserias e ao fanatismo que cresce e adoece como um vírus fatal.
UMA PÁTRIA QUE SE DIVIDE É UMA PÁTRIA ENFRAQUECIDA.
Vejamos: No nosso cenário político dois lados se opõem. A direita contra a esquerda e a esquerda contra a direita. O candidato é escolhido não por mérito ou capacidade para gerir uma nação e sim para que o seu lado vença a batalha. Não temos uma coluna do meio, um movimento de centro. Isto fere o princípio democrático do país.
Não é uma partida de futebol onde um sairá vitorioso e o outro, amargando a derrota, respeitará o vencedor.
Duas colunas se erguem entrincheiradas numa batalha sangrenta. Uma opõe-se  a outra com xingamentos, desafetos, empurrões, pontapés, num descontrole total.
De um lado os que desejam a volta da ditadura e do outro os que defendem o comunismo. Ambos oprimem e cerceiam direitos, calam vozes, prendem, torturam e matam. Comandam com mãos de ferro. Dois governos que se alinham no mesmo princípio: O DITATORIAL.
Basta rever o filme Doutor Jivago para que venha a mente o despotismo por parte daqueles que viraram o jogo político. A ditadura não é diferente.
Estamos marchando para uma batalha tão perigosa que um candidato à presidência do país foi esfaqueado em pleno comício. Uma vereadora foi morta, prefeitos e políticos foram assassinados em todo o país, como foram também, massacrados índios e pequenos agricultores lutando por um quinhão de terra.-Única fonte de subsistência. 
Do  outro lado da trincheira, no Foro de São Paulo - maior organização da América Latina- frases ecoaram incitando a massa: -“O que, então, estamos esperando para cruzar o rio e jogar a cartada final”. “Não há mais espaço para espaço para conversas e bom modos”.
Outra voz apropriando-se de um texto, sem contexto, das Escrituras Sagradas soltou a pérola: “sem derramamento de sangue não há redenção”

Brasileiros, compatriotas, façamos a paz, respeitemos as opiniões contrárias porque os que se opõem têm anseios diferentes e ao mesmo tempo afins. Uns pleiteiam saúde, moradia, creches, terra, emprego, inclusão social, salário justo, escolas profissionalizantes, universidades públicas, aposentadoria, segurança e etc. Outros, apoio financeiro, trabalho oneroso, segurança aposentadoria integral, menos impostos e encargos sociais para que as micro empresas- responsáveis por 40% da mão de obra neste país - não fechem as suas portas.
O nosso Brasil é o maior em terras produtivas. Temos mar, água potável, petróleo, pré-sal, riquezas vegetais e minerais. Abundância incalculável na fauna e na flora.
Temos tudo para dar certo. Precisamos com orgulho, honestidade e galhardia erguer a nossa bandeira lado a lado das grandes  potências mundiais.
Para isso, o que verdadeiramente precisamos é de representantes honestos, empreendedores, capacitados para governar e reerguer o Gigante adormecido!
Finalizo transcrevendo aqui parte de um texto escrito por Rui Barbosa em 1903:
 A PÁTRIA:
O sentimento que divide, inimiza, retalia, detrai, amaldiçoa, persegue, não será jamais o da pátria. A Pátria é a família amplificada. 
A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. 
A pátria não é um sistema, nem é uma seita, nem um monopólio, nenhuma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não inflamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se acovardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo.”
Nossa bandeira jamais deverá ser manchada com o sangue dos seus próprios filhos.
Rio, 20/09/2018.
Jailda Galvão Aires