
Uma Mulher ao lado de um Grande Homem!”
Homenagem do Caderno Cultural de Coaraci à Dona Zildinha Galvão
“Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Dentre tantas mulheres que apoiaram seus companheiros, posso com grande orgulho, destacar neste texto, a minha querida e saudosa mãe carinhosamente chamada por todos de Dona Zildinha - esposa de seu Jayme Galvão da Loja A Girafa.
“Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Dentre tantas mulheres que apoiaram seus companheiros, posso com grande orgulho, destacar neste texto, a minha querida e saudosa mãe carinhosamente chamada por todos de Dona Zildinha - esposa de seu Jayme Galvão da Loja A Girafa.
Mamãe passou parte da sua
infância ao lado de seus irmãos na Fazenda Pimenteira. Seu pai, abastado
fazendeiro perdera quase tudo apoiando políticos, sendo depois abandonados por
eles. (Nada de novo no mundo político). Minha avó falecera ainda muito jovem e
meu avô não resistindo à dor cruel da saudade e pressentindo que a vida também
lhe evaporava, tomou cada filho pela mão e foi deixando um a um na casa de um
conhecido para serem criados. Seis irmãos – seis vidas separadas. Longos anos
se passaram...Jayme e Zilda se conheceram e mais tarde se casaram. Começaram
literalmente do zero. Residiram em Itabuna, Itapitanga, Cafundó
estabelecendo-se depois em Itamotinga aonde com garra, suor e muito trabalho
começaram a prosperar. Minha mãe à noite,
quando os cinco filhos dormiam, fazia chupetas, pirulitos e bananadas para
vender na loja aumentando a renda familiar, nossa casa fora pouco a pouco se
transformando numa pequena empresa familiar. Ao entardecer à luz de
candeeiros e depois de um Aladim, minha mãe pedalava a máquina Singer, costurando embornais; calções e vestidinhos,
aproveitando qualquer retalho que sobrasse de tecido. A família, pai e
filhos, destacavam as peças confeccionadas dando os arremates finais.
O casal recebia a todos com imensa alegria. Os saraus tomavam conta da
noite enquanto a criançada brincava na rua à luz da gigante lua. Outra grande
guerreira é a nossa querida tia Anadir, enfermeira diplomada em Salvador. Enquanto minha mãe trabalhava na loja ao lado de
meu pai, ela administrava a casa. Se alguém do lugar se ferisse corria
imediatamente a nossa casa e ali era acudido e medicado pelas duas irmãs. Com o nosso crescimento tivemos a necessidade de dar continuidade aos estudos, então nos mudamos para Coaraci aonde cursamos o “ginásio” e nos formamos. Em Coaraci as duas grandes guerreiras continuaram a incessante luta. Minha mãe trabalhando na Loja, ao lado do grande homem que
também fora Jayme Galvão, tendo sempre um sorriso e uma palavra amiga para
qualquer pessoa que necessitasse. Dona Zildinha, evangélica, não perdia a
oportunidade de falar de amor para aquele que chegasse com a alma em
frangalhos.
Tia Anadir exerceu a profissão de enfermeira no Posto Médico acudindo aos enfermos com verdadeiro amor e abnegação. O povo sempre dizia: Doente que a irmã Anadir cuida não morre - sai mais fortalecido. Anadir não precisou estar ao lado de alguém para ser o que sempre foi - uma grande mulher! Duas irmãs. Dois exemplos de vida.
Tia Anadir exerceu a profissão de enfermeira no Posto Médico acudindo aos enfermos com verdadeiro amor e abnegação. O povo sempre dizia: Doente que a irmã Anadir cuida não morre - sai mais fortalecido. Anadir não precisou estar ao lado de alguém para ser o que sempre foi - uma grande mulher! Duas irmãs. Dois exemplos de vida.
Autora: Jailda Galvão (Filha).
Caderno Cultural de Coaraci, 6 anos com você - 52.700 exemplares
distribuídos
Gratuitamente.
ABRIL -TRIBUTO À UMA MULHER COARACIENSE
2017