quarta-feira, 31 de maio de 2017

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MIRANTE DE COPACABANA

Temos vividos dias difíceis e tumultuosos em todo o nosso País, com notícias vindas de qualquer meio de comunicação que só nos entristece e vem  procrastinar a tão salutar esperança.
Hoje venho falar de alegria, palmas, crianças, flores, saúde, sol, troca de energia com a mãe natureza.
Sábado passado, dia 28 de maio, tivemos aqui, no MIRANTE DE COPACABANA, uma verdadeira aula de educação ambiental ministrada por três alunos da UNIRIO estudantes de CIÊNCIAS AMBIENTAIS.
Quero agradecer ao nosso síndico José Carlos Ferreira, chamados por todos de Juca. Eu acrescentaria “tio Juca” pelo carinho e cuidados que sempre dedicou as nossas crianças.
Juca sempre gostou de inovar, acrescentar e trazer novidades enriquecedoras para o nosso querido e mui belo Condomínio. 

Às 10 horas desta manhã amena, as crianças de 2 a 90 anos desceram dos seus apês e bastante animadas concentraram-se em volta de um canteiro entre a torre 3 e 4. Três jovens estudantes comandaram a aula de cultivo orgânico.
Devo lembrar que durante vários dias os nossos jardineiros Ivo e Marquinho, como costumam fazer, cataram folhas e pequenos galhos podados, frutas, flores, ervas daninhas e armazenaram num balde grande, hermeticamente fechado.  
Para surpresa de todos os moradores e principalmente da gurizada, o material entrara em decomposição transformando-se em adubo 100% vegetal.
Uma criança atenta perguntou:  - Por que o balde está tão quente? Ele foi ao fogo?
Esta foi a primeira deixa para que os  universitários Bernardo Lauria, (ex- morador do Mirante), Mário Cesar Cutrim e Gustavo Cruz viessem a explicar numa linguagem simples acessível a todos: -Toda matéria verde por ser rica em nitrogênio se aquece durante o sistema de compostagem.
O canteiro fora dividido em quatro cantos e a criançada guiada pelos professores pegaram com as próprias mãos o adubo orgânico e envolveram as laterais de cada quadrado. 
Em seguida, com o solo previamente preparado foi dado início ao plantio da horta. Adultos e crianças transportaram as mudas e plantaram: alface, rúcula, tomate cereja, cebolinha e tantas outras.
Foi uma manhã prazerosa, enriquecedora e de uma utilidade ímpar, provando assim que podemos fazer uma horta em condomínios, quintais, casas, escolas e até em apartamentos.
Quero externar o meu agradecimento ao síndico Juca, aos jovens universitários: Bernardo, Mário e Gustavo que com toda boa vontade inspiram e despertaram nas nossas crianças – futuro da nação- a responsabilidade de cuidar do planeta de forma sustentável.
Com alegria e orgulho as nossas crianças criaram uma Horta Sustentável e a prenderam que num mínimo espaço de terra o homem pode aproveitar e plantar com adubo natural e sem agrotóxico preservando o meio ambiente.
Aprenderam também que mesmo numa pequena horta é um espaço vivo onde muitos organismos juntos formam uma cadeia e se ajudam mutuamente através do adubo, da sombra e das suas raízes.
Revivendo a nossa história deixo a frase marcante de Pero Vaz de Caminha, em sua primeira carta dirigida ao rei D. Manuel, de Portugal o ano de 1500: "Aqui, 'em se plantando, tudo dá'. Este “aqui” é o nosso imenso e rico Brasil.
Hoje encontrei com os universitários que estão acompanhando o crescimento da nossa pequenina Horta. Pedi a eles o nome da empresa que juntos criaram: MUSA SOLUÇÕES AMBIENTAIS (Educação ambiental, Agricultura Urbana e Gestão de Resíduos)
Fica aqui o e-mail da Empresa: musa.agroecologia@gmail.com.
Rio, 31 de maio de 2017.
Jailda Galvão Aires.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

VENDILHÕES DOS TEMPLOS - OS TRÊS PODERES

Sinto-me na pele de todos os patriotas honestos e trabalhadores que há século constroem este País, acordando ao raiar do sol, tomando ônibus, trens, carroças de boi ou a pés pelas estradas empoeiradas envelhecendo precocemente ao calor do sol escaldante...
Nós que deixamos nossos filhos em creches ou pagamos a algum vizinho para olhá-los; ou sem o menor recurso, somos forçados a deixa-los entregues às ruas - aprendizes de bandidos e traficantes...

Nós que com pás e enxadas trabalhamos sob o sol a pino muitas vezes sem vínculos empregatícios e sem nenhumas garantias, verdadeiros “boias -frias” comendo farinha, feijão, arroz e tripa de porco assada para camuflar a fome. 

Nós, médicos e enfermeiros que trabalhamos em hospitais e ambulatórios sem leitos, sem aparelhagens, sem oxigênio, sem produtos básicos de assepsias. Bactérias matando aqueles que foram em busca de cura. Pacientes  ao chão, urrando de dor sem o mais barato analgésico. Nós que nos formamos para salvar vidas e somos obrigados a escolher a quem salvar ou deixar morrer como carrascos em campos de concentração. 
Nós que construímos espigões, sem proteção alguma despencando dos tatames e enterrados como indigentes. 
Nos que morremos erguendo pontes e desaparecendo nas águas barrentas ou impetuosas de rios e mares como um pacote de estrume esquecido sem honra e sem glória.
Nós que construímos barragens e somos engolidos e soterrados por elas.

Nós que levamos alimentos à mesa farta dos que podem escolher morremos, com os pulmões apodrecidos pelos inseticidas.

Nós que vivemos da agricultura de subsistência vendo as plantações secarem enquanto choramos a morte do gado sem “palma” para matar a fome e sem água enlameada para matar a sede. Nós que vendemos o pedacinho de terra para os grandes latifundiários e seguimos para as capitais em paus de araras, sonhando com dias melhores. Terminamos moradores de ruas escarnecidos pelos transeuntes. 

Nós crianças e jovens, marginalizados pela família e pela sociedade, sem escolas preparatórias e sem vislumbre de um futuro promissor tornamo-nos iscas fáceis do tráfico de drogas. Terminamos nas Cracolândias – zumbis travestidos de gente a vagarem  num inferno em vida sem a menor chance de uma tênue luz..  
Nós pobres crianças filhos e filhas dos maus tratos e do abandono das Instituições Governamentais somos obrigadas a vender o corpo e a alma aos predadores sexuais em troca de um prato de comida muitas vezes forçados pelos próprios pais desempregados.
Nós,  jovens e crianças herdeiras do analfabetismos  vemos milhares de livros didáticos - novos em folha- descartados em lixões ou transformados em papéis higiênicos por míseros centavos.

Nós pequenos empresários, responsáveis por 52% dos empregos formais no país, não podendo  arcar com os encargos sociais e os altos impostos somos obrigados a fechar nosso comércio agravando assim o número de desempregados.
Nós aposentados e pensionistas que pagamos o teto máximo e recebemos míseros reais.
Agora pergunto aos que se tornaram - "Vendilhões dos Templos" dos Três Poderes: Como podem dormir o sono dos justos sem se darem conta que não passam de assassinos, torturadores, amputadores de sonhos e esperanças! 
Vós embaixadores do Supremo, que habilmente se esquivam dos julgamentos com desculpas que não colam e pelo avançado das horas. Se esquecem dos milhares de trabalhadores quem têm dupla jornada de trabalho para ganhar 1/100 dos vossos salários. 
Os senhores destruíram e continuam destruindo gerações inteiras. Matam nos hospitais quando desviam verbas. 
Usurpam quantias destinadas às escolas e vendem nossas crianças roubando-lhes a infância e a pureza levando-as a alistarem-se no batalhão do tráfico e usuários de drogas, alistando-se ao futuro do nada.
Os senhores que roubaram as verbas destinadas às moradias e obrigando-nos a ter como teto as marquises, o passeio como a cama e o papelão como cobertor. Jamais saberão  o que é não ter um travesseiro para repousar a cabeça.
Os senhores que roubam e dilaceram o patrimônio brasileiro corrompem e são corrompidos escondendo bilhões em bancos estrangeiros.
Os senhores que colocam vossos filhos a sofrerem xingamentos e bullying nas escolas e nas ruas. 
Vocês que em ganho próprio se valem da “Indústria da Seca” procrastinando a irrigação das terras matando de desnutrição homens, mulheres, crianças e animais aumentando a estatística do Êxodo Rural enchendo as ruas de pedintes.
Os senhores chacais imundos dilaceram e fazem sangrar a nossa bandeira colocando o nosso País no mais alto pódio da roubalheira e da descrença como Nação.
Os senhores que forçam os nossos jovens, diplomados e graduados a buscar emprego em outros países porque estão sem futuro no seu próprio País.
Os senhores que apertam gatilhos com os dedos dos outros acham que suas mãos estão intactas e sem manchas?
Tenham certeza, senhores vendilhões, que o povo não dorme que o sistema global de redes e comunicações tudo vê, tudo rastreia e tudo espalha. Não há mais nada que permaneça em oculto.
Os senhores se emaranharam no mar de lama, prenderam-se nas próprias cordas. Delatam e são delatados. Traem e são traídos. Corrompem e são corrompidos. 
E, ainda que, continuem vivendo sob o céu do nosso Brasil, o povo já os julgou e os desertou. 
Traíram a nossa confiança. Sangraram a nossa bandeira e já não são dignos do nosso amor, respeito e admiração. 
O cinismo estampado nas falsas promessas e a falta de honradez só nos dá pena, repúdio, nojo e total desprezo a estes seres que nomeiam a si mesmo de “Salvadores da Pátria.” Vós sois sim: -  Vendilhões do pátrio templo chamado Brasil.
             Rio, 19 de maio de 2017.
             Jailda Galvão Aires.