O Dia Nacional do Livro é celebrado, em todo o Brasil em 29 de outubro.
A data é uma homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Brasil em 1810, com a vinda da família real.
A Biblioteca
fica na cidade do Rio de Janeiro e é considerada, pela UNESCO, uma das dez
maiores bibliotecas nacionais do mundo, sendo a maior biblioteca da América
Latina. Seu acervo é calculado em cerca de nove milhões de itens.
Infelizmente,
o índice de analfabetos no Brasil é de 11 milhões de pessoas, concentrando o seu
maior número no nordeste e nas regiões agrícolas.
Estima-se que, para erradicar o analfabetismo no País seriam necessários 200 mil alfabetizadores. Para isso seria necessário erradicar a pobreza que afasta as crianças e os jovens da escola. Os livros são trocados pelos roçados e as canetas pelo cabo de enxada na agricultura de subsistência.
Transcrevo aqui os versos de um dos mais importantes poetas do século XIX, Antônio Frederico Castro Alves que nasceu na Bahia em 1847. Apesar dos séculos que nos separa, Castro Alves continua presente na literatura defendendo temas, que, infelizmente continuam atuais e presentes na sociedade brasileira. Antes a escravidão negra. Hoje a escravidão dos poderosos sobre os necessitados; o preconceito e o analfabetismo.
No seu poema intitulado O LIVRO E A AMÉRICA/1870, mostra nitidamente quanto O Poeta dos Escravos se engajava nos problemas sociais da época.
“Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec'lo, que viu Colombo,
Viu Gutenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto —
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
...
Bravo! a quem salva o futuro
Fecundando a multidão!...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.
Como Goethe moribundo
Brada "Luz!" o Novo Mundo
num brado de Briaréu...
Luz! pois, no vale e na serra...
Que, se a luz rola na terra,
Deus colhe gênios no céu!...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário