A folha de São Paulo, no último dia 25 de maio,
divulgou uma conversa entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado
e o Senador Renan Calheiros. Os dois procuravam uma saída que pudesse
barrar a citada “operação” porque se a mesma fosse levada a fundo “não havia
escapatória para Sr. ninguém”.
Machado reafirmou: - “não escapa ninguém de nenhum
partido”. “Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito”.
Sugere então ao Senador Calheiros “passar uma borracha no Brasil.”
O senador teve a “brilhante ideia” que poderia ser a tábua de salvação:
- “Antes de passar a borracha precisa fazer três coisas”:
Primeiro: - “Nenhum preso poderá fazer delação premiada porque esta
atitude regulamenta a delação.”
A segunda seria negociar com membros do STF a
“transição” da presidente afastada Dilma Rousseff.”
A terceira... Esta ficou inaudível e se perdeu entre outras sugestões que
pudessem encobrir toda a podridão que o Brasil inteiro está calejado de saber.
O diálogo foi recheado de palavras torpes como: medo, negociações, propinas,
plano de fugas, compra de sigilo e etc.
Esse texto me fez lembrar uma passagem muito
conhecida do Velho Testamento quando Deus, indignado com o desvio moral e ético
das cidades de Sodoma e Gomorra, resolveu bani-las da face da Terra.
As negociações com Deus são sempre unilaterais. Deus não negocia. Deus
decide.
Mas, como Deus amava muito Abraão, tentou ouvir as
súplicas daquele que seria, segundo a aliança divina, - “O pai de muitas
nações.”
Vejamos o diálogo:
Abraão pergunta a Deus: "Exterminarás o justo com o ímpio?”
Abraão conhecia Deus e sabia de Sua Justiça, por
isso continuou perguntando:
- “Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e
não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro
dela?”
Abraão quebra o longo silêncio e insiste:
-Não faria justiça o Juiz de toda a terra?
Deus respondeu:
- “Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, por amor a
eles a pouparei.”
Abraão conhecia muito bem os moradores da cidade e
sem tanta certeza, tornou a perguntar:
- “Se porventura de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles
cinco toda a cidade?”.
Deus respondeu que se houvesse ali, quarenta e
cinco justos Ele não destruiria a cidade.
O diálogo se alongou e Abraão tentava, a todo
custo, interceder pelos moradores de Sodoma. A incredulidade a respeito
dos justos foi lhe enfraquecendo a voz e, Abraão foi baixando de cinquenta
para quarenta e cinco, depois para quarenta, para trinta, até chegar a dez
justos.
Mais uma vez recorre à misericórdia de Deus:
... - “E se apenas dez forem encontrados?"
E Deus assegurou: "Por amor aos dez não a
destruirei".
Infelizmente, em Sodoma, não havia dez justos.
Havia ali apenas um homem justo por nome Ló, sua
mulher e duas filhas. Dois anjos, a mando de Deus, conduziram a família de Ló,
composta por 4 (quatro) membros à cidade de Zoar.
A orientação divina foi dada para que ninguém voltasse o olhar a fim de ver a
destruição das cidades, mas, a esposa de Ló, não vencendo a curiosidade
“feminina”, voltou-se e imediatamente foi petrificada numa estátua de sal.
(Olhar o passado pode nos deixar paralisados). Pensemos nisso.
Após as narrativas, onde fica a conexão entre as
cidades destruídas e a cidade Brasileira erguida no Planalto Central?!
Em Sodoma havia um justo que fora salvo e as suas duas filhas. Somavam apenas 3 (três) pessoas.
Na contagem feita pelo Senador Calheiros e Sérgio Machado não escaparia ninguém
de nenhum partido...
E do Congresso, se escapasse cinco ou seis, seria muito.
Após breve analogia fico a me perguntar:
Se a ira de Deus caísse sobre o Brasil quem sobraria? Não vou apontar Brasília
como único alvo porque a Capital é o centro que reúne os representantes de
todos os estados e capitais do país.
Voltando a narração bíblica é importante ressaltar
que ao contrário dos que muitos pensam e apregoam a respeito da cidade de
Sodoma narrada em Gênesis, primeiro livro do Velho Testamento, não foi somente
a depravação sexual que irou a Deus, mas, a conduta ética e política dos seus
dirigentes e abastados moradores.
Vejamos o que nos diz Ezequiel 16:49-50:
“Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e
abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do
pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram, e fizeram abominações diante de
mim; portanto, vendo eu isto as tirei dali."
O nosso gigante Brasil precisa urgentemente ser passado a
limpo, reescrito por mãos honestas, dotadas de vontade e desejo de ver todos
os seus filhos colhendo os dourados frutos do progresso.
Os crimes da bandidagem e da corrupção jamais serão esquecidos e escondidos
como desejam, os mercadores poderosos, que tentam a todo custo passar uma
borracha apagando a podridão. Podridão não se apaga porque cheira mal, abetuma e
deixa marcas para sempre. É uma mancha que se estende muita além das nossas
fronteiras.
Não espero que Deus envie fogo e enxofre do céu para destruir as nossas cidades
ou a Grande Cidade mesmo porque não será necessário que desça a ira divina.
A ganância dos poderosos, em todos os setores, há muito, vem escravizando e se
apossando do suor dos que trabalham.
Há muito veem queimando a esperança dos jovens e roubando os idosos que pagaram
seus impostos e recebem em troca - migalhas de uma aposentadoria vergonhosa!
O próprio homem ceifa vidas quando deixa seus irmãos morrerem de frio e fome.
Mata nos corredores dos hospitais sem leitos, sem atendimentos e sem
medicamentos.
Mata quando procrastinam o pagamento dos seus trabalhadores. Mata a fé das
nossas crianças e dos nossos jovens quando não constroem escolas e não as
abastecem de livros.
Mata quando paga mal aos professores, aos bombeiros e a todos aqueles que são
assassinados diariamente tentando salvar vidas.
Como disse filósofo inglês Thomas Hobbes “O homem é o lobo do homem.”
Eu reafirmo: O homem é o carrasco do próprio homem.
Jailda Galvão Aires.
Rio, 09 de julho de 2016.
Apenas uma observação: "O arqueólogo bíblico,
Ron Wyatt descobriu as ruínas de Sodoma e Gomorra no sudeste do Mar Morto em
1989. Milhões de bolas de enxofre parcialmente incineradas e toneladas de
cinzas foram encontradas. Evidência de calor superior a 4000 graus Fahrenheit
pode ser visto na rocha e estratos".